FUNDAÇÃO – Olá, Beto Massoni, é um prazer recebê-lo aqui na Fundação,
gostaria de dar os parabéns pelo lançamento de mais um livro e dizer que
Minas Gerais se sente honrada com sua presença em nosso Estado.
BETO MASSONI – Obrigado, a honra é toda minha, eu tenho um coração café
com leite, e amo de paixão estas minas gerais, principalmente VIÇOSA, onde
estudei LETRAS E ARTES na UFV Universidade Federal de Viçosa, e minha
querida Beagá onde estive várias vezes e conheci pessoas maravilhosas como
Afonso Drummond, diretor de teatro, e todos os diretores e artistas de Belo Horizonte, tendo sido do Júri e editor responsável do jornal do FESTAMINAS quando de sua edição de 1989.
FUNDAÇÃO – Nossa, uai, então sua ligação é mais profunda com Minas
Gerais do que nós supúnhamos.
BETO MASSONI – Sim, vivo intensamente entre 1985-1994 no curso de
LETRAS ARTES, que tive que interromper com licenças médicas haja vista
que sou vítima do transtorno afetivo bipolar.
FUNDAÇÃO – Não me diga isso Beto, uma doença tão em voga e tão
contemporânea...
BETO MASSONI – A doença surgiu em 1978 quando tinha dezessete anos e
faleceu meu pai, José Massoni, motorista de ônibus, ex-feirante.
FUNDAÇÃO – E isto, claro, refletiu na sua vida artístico-cultural e profissional?
BETO MASSONI – Sim, diria que a determinou. Até hoje sou obrigado a tomar
remédios controlados para manter o equilíbrio e o humor. Em 1973 mudei com
a família de São Paulo, capital, sou nascido no Ipiranga, para Praia Grande,
pequena cidade do litoral paulistano, aos quinze anos comecei a trabalhar
como boy, e ao mesmo tempo descobri o teatro, a literatura, a música e o
jornalismo cultural, eu tinha 14 anos...
FUNDAÇÃO – Tudo isto já dá um novo livro...
BETO MASSONI – Já deu: um livro sobre a bipolaridade, DA COR DA DOR,
para lançamento no segundo semestre, um livro sobre Viçosa e a UFV,
VIÇOSA VICIOSA, e a continuação de A TEORIA VESÃNIA, Te Pego No Olho
do Vento. ALÉM, é claro, da continuação da história de Vesano, protagonista
de A TEORIA VESÂNIA, em A TEORIA CONTINUA...
FUNDAÇÃO – Nossa! Que produção fantástica, claro que tudo isto não foi da
noite pro dia, ROBERTO MASSONI?
BETO MASSONI – São 44 anos de atividades ininterruptas de arte, cultura,
educação e atividades profissionais outras, como boy, chefe de depto, do
pessoal, bancário, etc.. E professor da rede pública municipal de Praia Grande,
cargo em que fui aposentado em 2013 por invalidez vítima da bipolaridade e à
minha revelia.
FUNDAÇÃO – Antes da bipolaridade, como era?
BETO MASSONI – Levava uma vida completamente normal, embora “normal”
seja um termo relativo demais, depende de normal para quem ou para o quê?
E quando da mudança para Praia Grande vivíamos na praia, eu, meu irmão
gêmeo José Vitório, minha irmã Margarete, e minha adorada mãe Dona
Jurema Bertti Massoni, falecida em 2013, em que me desencadeou uma nova
violenta crise bipolar e fui internado e depois totalmente alienado, aposentado
pelo IPMPG – INSTITUTO DE PEVIDÊNCIA MUNICIPAL DE PRAIA GRANDE,
ainda punido com um salário de 83% do bruto, arcando sozinho com plano de
saúde, e remédios caríssimos como a olanzapina.
FUNDAÇÃO – Tudo isso é muito triste ROBERTO MASSONI, mas a gente vê
que você como o fênix sempre dá a volta por cima e renasce cada vez melhor
e maior. Aguardamos com ansiedade você aqui na terra da panela de ferro e
de barro, do tutu e do leite, e que mais uma vez esta identificação com nossa
Minas Gerais seja “massa” do melhor pão de trigo que se lhe possa oferecer.
BETO MASSONI – Eu que agradeço ao Senhor, ao Elias meu amigo há tanto
tempo em Viçosa, de uma família libanesa exemplar, conheci os pais, fui amigo
da Amira e colega de curso, aprendi com eles gostar da música e da culinária
libanesa e digo sem dúvida que foi uma época de ouro na minha vida!
FUNDAÇÃO – Você além de Viçosa passa por onde em MINAS?
BETO MASSONI – Rio Pomba, no sítio da minha amiga e colega de curso
SUELY SIMÃO, professora e cantora, além de atriz e artista multidisciplinar, e
JUIZ DE FORA, onde fico na casa do meu mestre, Professor DIONÍSIO
LADEIRA.
FUNDAÇÃO – Esperamos você então, ROBERTO MASSONI em Minas Gerais
de 16 a 31 DE julho, COM LANÇAMENTO DE SEU NOVO LIVRO DOCES
ARDIS AQUI NA FUNDAÇÃO LIBANESA no dia 30, terça-feira, a partir das
20h. IMPERDÍVEL.
BETO MASSONI – Eu sempre digo em todo lado e em todo canto, que nunca
fui tão querido e tão respeitado como ser humano e como artista como em
Viçosa que me levou aos quatro cantos de MINAS GERAIS, de Ouro Preto a
Uberlândia, de Sabará a Araguari, de Viçosa a Beagá e serei sempre muito
grato à alma e ao espírito mineiro e a UFV – uma universidade a serviço do
povo. Obrigado.
Comments