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Entrevista com o artista paulistano Roberto Massoni.

Atualizado: 9 de jul. de 2019

FUNDAÇÃO – Olá, Beto Massoni, é um prazer recebê-lo aqui na Fundação,

gostaria de dar os parabéns pelo lançamento de mais um livro e dizer que

Minas Gerais se sente honrada com sua presença em nosso Estado.

BETO MASSONI – Obrigado, a honra é toda minha, eu tenho um coração café

com leite, e amo de paixão estas minas gerais, principalmente VIÇOSA, onde

estudei LETRAS E ARTES na UFV Universidade Federal de Viçosa, e minha

querida Beagá onde estive várias vezes e conheci pessoas maravilhosas como

Afonso Drummond, diretor de teatro, e todos os diretores e artistas de Belo Horizonte, tendo sido do Júri e editor responsável do jornal do FESTAMINAS quando de sua edição de 1989.


FUNDAÇÃO – Nossa, uai, então sua ligação é mais profunda com Minas

Gerais do que nós supúnhamos.

BETO MASSONI – Sim, vivo intensamente entre 1985-1994 no curso de

LETRAS ARTES, que tive que interromper com licenças médicas haja vista

que sou vítima do transtorno afetivo bipolar.


FUNDAÇÃO – Não me diga isso Beto, uma doença tão em voga e tão

contemporânea...

BETO MASSONI – A doença surgiu em 1978 quando tinha dezessete anos e

faleceu meu pai, José Massoni, motorista de ônibus, ex-feirante.


FUNDAÇÃO – E isto, claro, refletiu na sua vida artístico-cultural e profissional?

BETO MASSONI – Sim, diria que a determinou. Até hoje sou obrigado a tomar

remédios controlados para manter o equilíbrio e o humor. Em 1973 mudei com

a família de São Paulo, capital, sou nascido no Ipiranga, para Praia Grande,

pequena cidade do litoral paulistano, aos quinze anos comecei a trabalhar

como boy, e ao mesmo tempo descobri o teatro, a literatura, a música e o

jornalismo cultural, eu tinha 14 anos...


FUNDAÇÃO – Tudo isto já dá um novo livro...

BETO MASSONI – Já deu: um livro sobre a bipolaridade, DA COR DA DOR,

para lançamento no segundo semestre, um livro sobre Viçosa e a UFV,

VIÇOSA VICIOSA, e a continuação de A TEORIA VESÃNIA, Te Pego No Olho

do Vento. ALÉM, é claro, da continuação da história de Vesano, protagonista

de A TEORIA VESÂNIA, em A TEORIA CONTINUA...


FUNDAÇÃO – Nossa! Que produção fantástica, claro que tudo isto não foi da

noite pro dia, ROBERTO MASSONI?

BETO MASSONI – São 44 anos de atividades ininterruptas de arte, cultura,

educação e atividades profissionais outras, como boy, chefe de depto, do

pessoal, bancário, etc.. E professor da rede pública municipal de Praia Grande,

cargo em que fui aposentado em 2013 por invalidez vítima da bipolaridade e à

minha revelia.


FUNDAÇÃO – Antes da bipolaridade, como era?

BETO MASSONI – Levava uma vida completamente normal, embora “normal”

seja um termo relativo demais, depende de normal para quem ou para o quê?

E quando da mudança para Praia Grande vivíamos na praia, eu, meu irmão

gêmeo José Vitório, minha irmã Margarete, e minha adorada mãe Dona

Jurema Bertti Massoni, falecida em 2013, em que me desencadeou uma nova

violenta crise bipolar e fui internado e depois totalmente alienado, aposentado

pelo IPMPG – INSTITUTO DE PEVIDÊNCIA MUNICIPAL DE PRAIA GRANDE,

ainda punido com um salário de 83% do bruto, arcando sozinho com plano de

saúde, e remédios caríssimos como a olanzapina.


FUNDAÇÃO – Tudo isso é muito triste ROBERTO MASSONI, mas a gente vê

que você como o fênix sempre dá a volta por cima e renasce cada vez melhor

e maior. Aguardamos com ansiedade você aqui na terra da panela de ferro e

de barro, do tutu e do leite, e que mais uma vez esta identificação com nossa

Minas Gerais seja “massa” do melhor pão de trigo que se lhe possa oferecer.

BETO MASSONI – Eu que agradeço ao Senhor, ao Elias meu amigo há tanto

tempo em Viçosa, de uma família libanesa exemplar, conheci os pais, fui amigo

da Amira e colega de curso, aprendi com eles gostar da música e da culinária

libanesa e digo sem dúvida que foi uma época de ouro na minha vida!


FUNDAÇÃO – Você além de Viçosa passa por onde em MINAS?

BETO MASSONI – Rio Pomba, no sítio da minha amiga e colega de curso

SUELY SIMÃO, professora e cantora, além de atriz e artista multidisciplinar, e

JUIZ DE FORA, onde fico na casa do meu mestre, Professor DIONÍSIO

LADEIRA.


FUNDAÇÃO – Esperamos você então, ROBERTO MASSONI em Minas Gerais

de 16 a 31 DE julho, COM LANÇAMENTO DE SEU NOVO LIVRO DOCES

ARDIS AQUI NA FUNDAÇÃO LIBANESA no dia 30, terça-feira, a partir das

20h. IMPERDÍVEL.

BETO MASSONI – Eu sempre digo em todo lado e em todo canto, que nunca

fui tão querido e tão respeitado como ser humano e como artista como em

Viçosa que me levou aos quatro cantos de MINAS GERAIS, de Ouro Preto a

Uberlândia, de Sabará a Araguari, de Viçosa a Beagá e serei sempre muito

grato à alma e ao espírito mineiro e a UFV – uma universidade a serviço do

povo. Obrigado.


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